Projetos básicos de arquitetura e engenharia para Habitações de Interesse Social

A TPF Engenharia está desenvolvendo para a cidade de São Paulo um projeto de Habitação de Interesse Social – HIS. A construção, que combina usos residenciais e não residenciais, tem como objetivo reduzir o déficit habitacional local.

Mobilidade, segurança, conforto e atratividade são conceitos fundamentais dessa HIS. Os locais onde os conjuntos habitacionais estão inseridos possuem ruas pavimentadas, dispondo de energia elétrica, rede de água e esgoto e iluminação pública, além de uma oferta de serviços e equipamentos públicos, como hospitais, postos de saúde, escolas e praças, fazem parte do entorno da construção.

Tendo como premissa a integração e preservação da topografia natural e da vegetação nativa existente no terreno, um dos edifícios foi concebido em forma de “U” de modo a abraçar a vegetação existente e o desnível original, voltando as habitações e circulação condominial para esse pátio/jardim interno aberto.

As áreas internas de uso comum e as unidades habitacionais dos conjuntos habitacionais foram desenvolvidas em função da acessibilidade, atendendo a Norma de Acessibilidade (NBR 9050), e pensadas adequadamente para atendimento às Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo e à Norma de Desempenho (NBR 15.575). Outro ponto importante foi o posicionamento estratégico dos apartamentos, de modo a proporcionar ventilação cruzada e iluminação natural em suas dependências. Cada unidade conta com circulação aberta e um terraço, proporcionando conforto aos seus futuros moradores.

As unidades habitacionais foram idealizadas em um conceito modular de modo a conter o mesmo tamanho e os mesmos ambientes em cada unidade, alterando apenas sua rotação no próprio pavimento em torno do pátio interno. Essa modulação foi projetada buscando racionalidade e economia na execução. A utilização de módulos em múltiplos pavimentos da edificação garante a equidade dos espaços; a acessibilidade; o conforto térmico, acústico e visual para todas as unidades habitacionais; além da simplicidade na execução da obra.

O projeto também visa economia de recursos na fase de obra com o uso de procedimentos BIM – Modelagem da Informação da Construção, principalmente para modelagem e compatibilização (3D) e orçamentação (5D). Os arquivos finais são elaborados em IFC (Industry Foundation Classes), formato que permite a troca de modelos de diferentes projetistas sem associá-los a uma marca ou fornecedor de software específico. Questões de assertividade dos projetos, redução de retrabalhos e antecipação da visualização de problemas construtivos são imediatamente percebidas e sanadas.

Os fluxos de trabalho do projeto foram estruturados em um PEB (Plano de Execução BIM), onde ficam registrados (i) informações contratuais, (ii) entradas do produto, como manuais, normas e procedimentos utilizados e a partir das quais o projeto é planejado, realizado e entregue, (iii) projeto do produto, com a definição do que precisa ser entregue em conformidade com as necessidades das partes interessadas e os níveis de informação necessária para atingir os objetivos BIM do projeto, (iv) plano de produção do produto, onde é determinado o fluxo de produção do projeto, onde serão armazenadas as informações e quais os softwares que serão utilizados, e (v) plano de controle de qualidade, com o planejamento de como será feito o controle da qualidade ao longo do processo.

Os projetos foram desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar de forma colaborativa em um CDE (Common Data Environment ou Ambiente Comum de Dados), onde ficam armazenados os arquivos de cada uma das disciplinas do projeto e documentos do projeto de forma centralizada, o que permite coletar, armazenar e organizar os dados do processo BIM, possibilitando um melhor gerenciamento do projeto. O uso do CDE inibe a duplicidade de documentos, e permite o arquivamento, versionamento, codificação e rastreabilidade dos arquivos. Além disso permite uma comunicação facilitada, uma vez que as trocas de informação do projeto são feitas através do BCF (BIM Collaboration Format ou Formato de Colaboração BIM), arquivo aberto baseado em .XML que pode ser lido por inúmeras plataformas.

As etapas de desenvolvimento dos projetos foram planejadas em marcos de validação para que pudessem ser acompanhadas a evolução e a qualidade dos projetos. Em cada marco de validação foi prevista uma entrega específica, totalizando oito etapas.

Ao final deste projeto, teremos modelos IFC georreferenciados de cada disciplina (arquitetura, estrutura, fundação, terraplenagem, hidráulica, elétrica, paisagismo e comunicação visual), com informações associadas aos elementos da construção para a execução da obra, compatibilização e orçamentação. Para a orçamentação foi feita a modelagem com os métodos de orçamento e de medição especificados pelo cliente, assim como as codificações para posterior licitação.

Principais atividades

• Elaboração do Plano de Execução BIM
• Análise de diretrizes e normas técnicas das disciplinas, de modo a consolidar o projeto e iniciar a fase de modelagem
• Modelagem das disciplinas de arquitetura, comunicação visual, estrutura, fundação, geotecnia, terraplenagem, hidráulica, elétrica e paisagismo
• Compatibilização dos projetos
• Aprovação do projeto legal e projeto nas concessionárias
• Extração de quantitativos para orçamentação
• Extração de pranchas e elaboração de documentação dos projetos